Gestar II - Rio Verde/GO
Este blog tem como objetivo apresentar os trabalhos dos cursistas do Gestar II, de Língua Portuguesa, desenvolvidos no município de Rio Verde/GO.
sexta-feira, 27 de abril de 2012
sexta-feira, 20 de abril de 2012
Memorial de leitura
É interessante lembrar
o passado. Inicio minhas memórias de leitura agradecendo minha mãe e meu pai.
Duas pessoas simples, com pouca escolaridade, mas que sempre incentivaram os
filhos a estudar.
Meu pai, carpinteiro,
nunca sentava para ler um livro, mas se passasse um vendedor de livros, ele
ficava entusiasmado e sempre comprava coleções. Nossa estante da sala tinha
várias enciclopédias, livros infantis, dicionários e livros de receita. Recordo
que mesmo antes de ser alfabetizada pegava os livros infantis e sentava na
porta da rua para ler, aliás, fingia que estava lendo, pois queria que as
pessoas me admirassem.
Minha
mãe estudou até a 4ª série, mas sempre tentava ensinar. Na verdade, minha
alfabetização ocorreu em minha casa. Eu e meus irmãos éramos estimulados e
convidados a conhecer o alfabeto. Logo, minha mãe passou a formar sílabas e,
posteriormente, palavras. Todavia, era época de conhecer outras professoras,
que não seriam tão carinhosas e pacientes como minha primeira professora, minha
mãe.
Lembro-me da minha primeira escola, uma escola
municipal, chamada Renovação. Ela ficava
perto de minha casa. Íamos com minha mãe em uma bicicleta. Ela levava e
buscava. Coitada, um sofrimento, três filhos e ela em uma Ceci. Outras vezes era
meu pai quem levava, montávamos na lambreta azul e seguíamos para nossa escola.
Era meu primeiro ano na escola, mas já nos primeiros meses fiquei doente e meus
pais optaram em me tirar da escola naquele momento. Meus irmãos iam e eu
ficava, mas minha primeira professora não me deixou ficar atrás. Voltou a me
ensinar.
No ano seguinte, fui
para outra escola, Escola Municipal Adelor Quintiliano Silva. A diretora
chamava Odete, tia Odete. Era brava, mas muito competente. Lá estava a Tia
Delmarina para me receber. Gostava dela, pois era séria e muito serena. Só que
eu estava na frente de todos os colegas, nada que ela me ensinasse era
novidade. Então, a equipe pedagógica da escola resolveu fazer um teste comigo.
Em conversa com meus pais, optaram a me colocar na 1ª série, dessa forma não
fiz o então chamado pré-escolar. Conheci minha nova professora, Tia Odetinha, muito
brava, gritava, puxava orelha, eu tinha medo dela. As outras professoras que
vieram, apenas davam livros para cumprir currículo e fazer avaliações.
É tão engraçado, mas o
lugar que deveria formar leitores não me fez leitora. Aprendi a ler e a gostar
de estudar por incentivo de minha família. Hoje, sou professora universitária,
trabalho com o curso de Pedagogia. Em minhas aulas, trabalho com as acadêmicas a
importância da leitura e da escrita, bem como o papel do professor na formação
do futuro leitor.
sexta-feira, 16 de março de 2012
Um passeio pelas gírias através do tempo
Por volta de
1930, ainda garoto, fui castigado. Eu era pobre e triste, mas jurei me tornar
um cidadão reconhecido para nunca ser chamada a atenção. Fiquei quase uma
década me recuperando dessa malvada sorte. Depois, resolvi recobrar o tempo
perdido e correr atrás de uma moça que conheci em uma festa que frequentava na
época. Convidei aquela menina bonita para assistir a um filme. Foi a maior
diversão. O pai dela não gostou nem um pouco. Levei uma bronca. Só me esqueci
desse acontecimento dez anos depois. Tomei um castigo sem igual. Não seria
fácil namorar aquela linda jovem. Ela não se esqueceu do encontro. Eu já estava
ficando velho, mas ainda era sedutor. Além do mais, meu amigo, nos anos 60 não
era pobre. Tinha boa aparência, um carro e conversa convincente. Desses de
fazer qualquer garota encantar. Então, resolvi passear e rever aquela moça, que
era para casar. Mas ela eliminou todas as minhas expectativas com aquela
conversa e eu, que estava esperançoso, fiquei triste. Mais 10 anos, amigo,
desisti da jovem que a essas alturas já estava velha, não era mais uma jovem
encantadora. E eu ainda era um homem charmoso. Tentei convence-la. Que difícil!
Eu estava enganado. Ela não gostou da brincadeira. Fiz tudo errado. Ela me
chamou de bobo e foi embora. Perdi. Enveredei pela política. Tornei-me
insensível, fiquei amargo, só pensava em responsabilidades. Deixei de ser
aquela pessoa incrível que amava cegamente. Não mais importava com as coisas do
coração. Meu negocio era dinheiro. Entrei com tudo nos anos 80, depressivo,
entreguei-me completamente para o mundo frágil dos negócios, preocupado com as
aparências vendo a beleza passar no movimento daquelas meninas de calcinhas
pequenas. Ótimo! Como me senti ultrapassado! Chegaram os anos 90 e eu resolvi
acordar para a vida. Nas ruas, os manifestantes faziam pressão. Já aposentado,
levei o apelido de homossexual. As meninas da minha turma envelheceram. Fiquei
confuso. Passei muito tempo pensando. Atento, quis deixar de ser irresponsável
e mudei de atitude, não queria mais ficar infeliz. Descobri que relacionamento
sem compromisso não daria certo. Chega de ser boêmio. Encontrei uma jovem e fui
falar com ela. Estava convencido, vestido como um mocinho rico à procura de uma
mocinha bonita e bem arrumada que gostasse de mim. Não sou nenhum pedófilo, mas
decidi conquistar a primeira garota que encontrasse pela frente. Estava
disposto a investir. Que má sorte! Fui criticado! Envolvi-me com uma mulher
simpática, mas de caráter não confiável. Nessa fase da vida, não teria muitas
opções. O que pode querer um velho rico e solitário? Estava contrariado, não
hesitei, cheguei até a mulher. A infeliz me chamou de velho. Desatento, ainda
pensei que fosse um elogio. Não desisti. É mesmo o fim do século. Desorientei
quando um conquistador jovem chegou e falou: “Aí senhor, valeu! Vá se embora
que eu vou sair com a prostituta”. Já era demais! Outra rejeição, esse coração
antigo não aguentaria. Viajei no tempo. Até logo!
Elsa, Fátima e Lenair
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
História diferente de Romeu e Julieta
Beber ou não beber
inseticida?
Um mosquito de nome Romeu marca um
encontro com uma mosquita de nome Julieta, para às 17h30min da tarde de sábado.
Mas eis que às 17h, Romeu cai em um pega-mosca.
Romeu começa a
entrar em desespero, pois faltam apenas 30 minutos para estar no lugar
combinado com Julieta. O que fazer? Precisa urgente de uma ideia para sair
dali. Alguns minutos são uma eternidade para um coração que anseia por um
momento de amor. – Julieta, Julieta, quanto tempo escondi esse amor, mas se o
fiz, não foi por medo, o destino que me obrigou ao segredo, porem se eu não conseguir
te encontrar, esse amor oculto fará parte de minha própria vida, e existirá no
beijo em que o orvalho deixa na pétala da rosa querida.
Enquanto Romeu
monologava, Julieta esperava e desesperava, pois nada de Romeu. – Meu Deus, ele
não virá! Preciso me controlar, devo deixar em liberdade tudo que amo. Maldito
amor que sepulta vidas! Beber ou não beber inseticida? Quem poderá me salvar?
- Eu, Chapolin
Colorado.
Gilmione
Giselly
Jorge
Lucimar
Maria Cristina
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
Fábula - paródia com alusão a um tema da atualidade - Giselly e Gilmione
O burro e o cachorro
Em um belo
dia, vários animais resolveram participar de uma eleição. Lá estavam o burro e
o cachorro. Os dois viviam inventando propostas para poder enganar ou, talvez,
ajudar os eleitores.
Certa vez, seu
galo pediu, aos candidatos, que construíssem um local onde ele pudesse
cantarolar todas as manhãs. Dona Pata queria que o lago ficasse sempre cheio e
limpo, pois, assim, os patinhos poderiam nadar tranquilamente. Já a coruja
queria um lugar para transmitir a sabedoria aos demais animais. Todos os pedidos
foram incluídos nos planos de governo dos candidatos.
Na campanha, o
burro levava vantagem sobre o cachorro, pois era um animal que participava de
programas de TV e tinha o lado humorístico exacerbado. O cachorro era sério e discreto, não atuava na
TV, em programas de humor. Entretanto, tinha perfil e consciência das reivindicações
da população animalesca. Sabia que podia cumprir com alguns pedidos e outros
deveriam ser revistos.
Época de
propagandas eleitorais, as piadas do burro em seu programa eram vistas, pela população,
como algo engraçado. Muitos eleitores riam do burro e achavam que ele era sinônimo
de tudo aquilo que a população vinha enfrentando com os demais candidatos. Eles
viram a eleição como forma de manifestação.
Dia da eleição,
lá estava o burro e o cachorro. O burro fazia piadas e todos sorriam. O
cachorro olhava a cena e pensava com tristeza:
- Os animais não
confiam em mim, só têm olhos para o burro.
No final das eleições,
o cachorro ficou à espera daqueles que ele julgava serem seus eleitores para
receber uma palavra amiga. Isso porque o resultado nas urnas tinha sido um
desastre. Contudo, os animais haviam saído para comemorarem a vitória do burro.
Depois de certo
tempo, os animais, arrependidos, queriam consolá-lo. Na verdade, perceberam a
burrice que haviam cometido. Hoje, o burro tem salário alto, vive na mordomia e
ainda não fez nada que pudesse mudar a vida dos animais mais pobres. Continua
burro, enquanto o cachorro continua sendo o melhor amigo daqueles que um dia
deixaram de acreditar nele.
Moral: "Cada
um é o que é. Não se pode forçar a própria natureza."
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